caminhar e montagem-errante: ideias que nos moveram de 2021 a 2025
- projetolabesca
- 24 de fev.
- 2 min de leitura
O ato de caminhar é aqui considerado um procedimento importante, uma possibilidade de adquirir conhecimento, uma prática que permite a elaboração de um conteúdo artístico e conceitual, norteador (ou errante). O deslocamento do corpo pode propiciar outras visadas sobre o próprio caminhante, sobre o entorno e também ajudar no processo de pensamento e criação. O ato de andar pode ser um instrumento estético, além de político, que permite, ao percorrer uma região da cidade, descobri-la, redescobri-la e transformá-la. Mas a abordagem deste projeto não se centra apenas nas práticas de deslocamento geográfico, de mudança de lugar e língua, mas também em todas as mudanças sutis de auto-alteração. O discurso e a escrita são ferramentas cartográficas tão efetivas quanto os pés, que permitem deslocamentos de certezas, por isso repensar as outras possibilidades de caminhar metafóricas ou não, a partir de novas condições em nossas vidas a partir de limitações de trânsito por causa da pandemia de Covid 19 tornou-se uma questão crucial na prática artística e sua escrita. E assim propor novas visadas sobre a escrita de artista, rever e criar novas maneiras de escrever as pesquisas artísticas, são atitudes pertinentes e condizentes com a pesquisa em arte contemporânea e nas áreas correlatas. Em nosso caso, propusemos uma escrita a partir da metodologia montagem-errância, um termo que cunhamos a partir de nossas pesquisas. Diante disso, percebemos que discutir a produção de novos nexos estéticos a partir de uma ação tão banal e cotidiana como o caminhar pode abrir espaço imaginativo para novos formas de existir e novas maneiras de produzir subjetividades em uma sociedade que foi, e segue sendo, tensionada por noções de fronteira: humanidade/natureza, dentro/fora, vida/morte, progresso/ruína.
Sofia P. Bauchwitz e Rafaela Jemme
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